sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Um sonho...

Diz-se que um poema, ainda que não trate propriamente do poeta, como um auto-retrato, revela os anseios mais íntimos de sua alma, as suas dúvidas, desabafos e outros lugares da existência humana, mesmo quando há a pretensão de evocar a caricatura de outra pessoa ou de um objeto. São coisas que as palavras usadas coloquialmente no cotidiano não podem ( e talvez nem deveriam...) dar conta, mesmo em lugares onde as emoções são reveladas, como um consultório terapêutico, ou no seu serviço, ou ainda na intimidade ( quando saudável) de um casamento. O poema traz à luz aquilo que somente o Criador pode compreender da nossa personalidade, porque nos criou e sabe exatamente cada um dos nossos passos. Escrevi o poema abaixo para uma amiga muito querida(da qual perdi o contato por circunstâncias da vida), mas que tenho certeza que mostra um pouco do meu ser e do ser de algumas outras pessoas também, amizades fiéis ou pessoas desconhecidas. Que estas linhas possam despertar em você um desejo íntimo de entrar em contato com Jesus num ambiente de intimidade, aquilo que Ele mais deseja desde que nos criou.

Epifania

A margarida de fogo exala seu alvorecer através da
Névoa densa, resquício da primavera que brota e
Afasta, delicada, a colcha de sono que há pouco me acalentava...

Corro os olhos pelo recinto familiar que
Ainda acolhe sonhos e ternas lembranças; são
Relatos silenciosos que me conduzem às
Longas noites enlaçada nos braços de meus pais, segura,
A aprender meus primeiros passos na fé e no amor.

Badala o canto dos pássaros no limiar da janela. Súbito,
Rasga-se-me o véu d´evocação, e o bálsamo do momento
Inefável se desfaz; pé ante pé, a-
Travesso as cancelas da casa rumo ao jardim
Onde meu Pai e irmãos aguardam-me para o café.

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